domingo, 14 de março de 2010

PostHeaderIcon Caminhada Quaresmal 2010: Tema 4


Construindo a ponte do perdão…
A outra margem

Construindo pontes…
Porque sou curiosa, e como o saber não ocupa lugar, perguntei a um amigo meu que é engenheiro civil, como se construía uma ponte. Ele, gentilmente explicou-me…


“Ok! Vamos lá a ver, uma ponte de suspensão como é que se constrói?!
1- Construir os pilares: os pilares vão suportar os cabos, e é por onde passa o tabuleiro.
2- Passam-se os cabos de uma ponta à outra. E estes cabos têm que ser ancorados nas margens a rocha sólida ou a algo extremamente rígido.
3- Depois de os cabos principais passarem por cima dos pilares, são suspensos cabos na vertical que servirão para segurar o tabuleiro.
4- Com gruas e barcos especiais com gruas, as várias partes do tabuleiro são colocadas no sítio, e presas aos cabos verticais que vão suportar todo o peso.
5- Para adicionar rigidez ao tabuleiro, uma estrutura de aço ou cabos de aço, são colocados por baixo, de modo a ficar uma peça única.
6- Por último é só colocar os postes de luz, decoração pintar e já está!

E tinhas perguntado com se dimensiona tudo isto? Bem…

Vamos dimensionar:
1- Decides onde queres que a tua ponte passe, o tamanho dela (numero de vias, pilares, etc.) e que tipos de materiais vais usar. Isso permite que faças um cálculo geométrico do peso da ponte.
2- Analisas que tipo de carregamento vai estar sujeita a tua ponte (volume de transito, camiões, comboio, peões, etc). Calculas em que a situação está maximizada, tens um novo valor que somas ao primeiro.
3- Adicionas a força do vento, uma das forças mais perigosas numa ponte. Este valor normalmente é calculado como a pressão por m2, que depois pode ser convertido para um peso. E como é uma força lateral, a pontes e tal como os arranha-céus, para resistirem a esta força não podem ser 100% rígidos têm que poder "absorver" e "baloiçar" senão partem.
4- Adicionas a força de sismos, carregamento de neve, chuva e um coeficiente de segurança de acordo com o desgaste esperado para o material: devido ao tráfego, o CO2 que vai atacar o material da ponte, devido a água salgada, os cloretos que vão iniciar a corrosão do aço.
5- Somas tudo e tens a força máxima que os cabos e pilares têm que suportar. A partir daí podes calcular o número de fios de aço que irão constituir essa ponte, o tamanho e numero de ligações que deverão ter as varias peças.

Meu Deus… Como é difícil construir uma ponte!

A ligação
EVANGELHO Lc 15, 1-3.11-32

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa. Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».

Construindo
Mais do que uma ligação, uma ponte é uma passagem, que permite fácil acesso um ponto que, de outra forma seria inacessível…

Neste domingo, Jesus propõe-nos a construção de uma ponte em concreto: a ponte do perdão.
Quando lemos este texto, percebemos o quanto pode ser grande o Amor do Pai, desde que, construamos uma ponte para O alcançar, passando por cima do maior obstáculo que nos separa do Pai, nós próprios.

Como vimos no primeiro texto, construir uma ponte é um trabalho exaustivo, que deve partir de uma cuidadosa preparação, pensando em tudo ao mais pequeno detalhe, desde o lugar dos pilares (algo fundamental numa ponte!), até ao número de parafusos!
Por um parafuso em falta, pode cair uma ponte! É incrivelmente verdade!

O mesmo se passa dentro de nós. Apesar de o Pai, esperar por nós para nos acolher, a ponte do perdão é algo que construímos para atravessar um obstáculo interior que nós vivemos ou sentimos. Ao contrário do que possa parecer, quem tem que percorrer e construir essa ponte, não é a pessoa que magoámos, mas nós próprios!

E mesmo sendo duro e difícil construir essa ponte, se queremos voltar a cair nos braços ternos do Pai, temos que construir em nós a ponte do perdão, e atravessá-la para voltarmos finalmente a estar completos!


A passagem
Vamos construir uma ponte?
1- Projectando a tua ponte:
Onde assentam os pilares da tua vida? Quais os cabos que usas para “suportar o peso do tabuleiro”? Que método ou regra de vida vais usar para construíres a tua ponte?

2- Dimensionando a tua ponte…
Cálculo do tamanho: a que distância está a “outra margem”, que é Deus?
Cálculo do peso: a que forças estará sujeita a tua ponte? Como é o teu “vento interior”, que sismos, que “condições atmosféricas” interiores tens que ter em consideração? Que coisas poderão degradar a tua ponte?
Que materiais necessitas então, para construir uma ponte do perdão resistente e forte?


Bom trabalho e boa travessia!
Agradecimentos especiais ao Helder Silva, engenheiro civil e paciente amigo!

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